segunda-feira, 11 de junho de 2012

Homenagem

Morre o ex-vereador José Osório Guimarães

O ex-vereador e advogado José Osório Guimarães morreu às 4h15 deste domingo, aos 71 anos de idade, por complicações decorrentes do Mal de Alzheimer.
José Osório foi um dos mais combativos vereadores que Uberaba teve na sua história recente. Ocupou cadeira na Câmara Municipal por três mandatos, entre 1.977 e 1.993. Foi presidente do Legislativo entre 31 de janeiro de 1.978 e 28 de janeiro de 1.979. Na época, o mandato de todos os dezessete vereadores foi prorrogado por mais dois anos, em virtude do fim da Ditadura Militar, terminando em 1.983. A medida também favoreceu o então prefeito de Uberaba, Silvério Cartafina Filho.
No segundo mandato, o advogado era considerado um dos grandes adversários políticos da administração do então prefeito Wagner do Nascimento (1.983–1.989). Nesse período, sua atuação mereceu grande destaque nas páginas do Jornal da Manhã, veículo escolhido por José Osório para a publicação da denúncia sobre o desvio milionário de recursos dos cofres públicos através de repasses para a Associação dos Municípios da Microrregião do Vale do Rio Grande. O episódio ficou conhecido como “escândalo da Amgra”. A denúncia teve grande repercussão na época, motivando a instalação de uma Comissão Especial de Inquérito na Câmara Municipal de Uberaba, formada pelo próprio José Osório, e pelos vereadores Antônio Bernardes Neto e Henrique Sabino da Rocha.
 No dia 17 de agosto de 1.984, o JM estampou em sua manchete a conclusão das investigações: a Comissão Especial de Inquérito apurou que o desvio de dinheiro da Amgra chegava a Cr$ 164,5 milhões. Só com a aquisição de 122 mata-burros, a Prefeitura de Uberaba pagou à Amgra mais de Cr$ 39 milhões, mas apenas 45 deles foram implantados, concluindo-se que mais de R$ 28 milhões foram desviados irregularmente. José Osório representou criminalmente contra o então prefeito Wagner do Nascimento e o secretário executivo da Amgra, Cícero Romão Batista. O Promotor de Justiça Geraldo de Souza Brasil acolheu a representação e denunciou os dois, apontados como responsáveis pelas irregularidades. Wagner do Nascimento foi condenado a 10 anos de prisão, em sentença proferida pelo então juiz Mauro José de Souza, além da cassação do mandato e condenação à restituição de R$ 6,5 milhões aos cofres do Município. Já o secretário executivo da Amgra, Cícero Romão Batista, recebeu pena de 5 anos de reclusão. Ambos já faleceram.
José Osório deixa viúva Rosa Maria Bulhões Martins Guimarães e quatro filhos: Ana Cristina, Ana Cláudia, Marcelo e Marcos Eduardo. O corpo está sendo velado desde ontem na funerária Irmãos Pagliaro, da Avenida Fidelis Reis. O enterro está marcado para as 9h desta segunda-feira, no Cemitério São João Batista.

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